A imagem de câmera corporal do policial militar Danilo Gehrinh mostra o homem, na faixa dos 30 anos, aceitando a condução pelos policiais da rua em que estão para debaixo de um viaduto.
Também aparece na cena seu colega, o policial Alan Walace dos Santos Moreira.
Eles pressionam o homem contra uma parede, sem que este pareça reagir.
Pouco depois, a câmera é coberta e o homem, de nome Jeferson, foi morto com 3 tiros de fuzil.Â
O ocorrido foi comunicado à PolÃcia Civil como morte após resistência, acusando o homem não identificado de ter tentado tomar a arma dos policiais.
Segundo a acusação do Ministério Público de São Paulo, eles mentiram, e Alan executou o homem, com anuência e sendo encoberto por Danilo e sem oposição do motorista do grupo, o também policial Alan Eliel Aquino Vieira.
Ela aceitou a acusação inicial de homicÃdio com motivo torpe e impossibilidade de defesa da vÃtima, condições qualificadoras.
Segundo a ação, em 13 de junho os réus realizavam patrulhamento de rotina quando resolveram abordar o homem após vê-lo descendo de uma árvore.
Eles constataram que a vÃtima não portava documentos e a levaram para trás de um pilar sob o viaduto.
Lá, o executaram.
Para a promotoria, Gehrinh aderiu ao propósito homicida de seu colega de farda e colocou a mão sobre a lente da câmera corporal no momento dos disparos para obstruir o registro da execução.
A juÃza considerou ter havido "indÃcios suficientes de autoria e materialidade, não sendo o caso de rejeição liminar, uma vez que a inicial permite a plena identificação dos elementos da ação penal".
Segundo a Secretaria de Segurança do estado os policiais estão detidos no PresÃdio Militar Romão Gomes, na zona norte da capital.
"A PolÃcia Militar repudia veementemente a conduta dos policiais militares envolvidos.
O Comando Geral da PM, assim que tomou conhecimento das imagens, solicitou imediatamente pela prisão dos agentes", diz nota do órgão.
A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público (MP-SP) contra os dois policiais militares que se tornaram réus por homicÃdio qualificado. O caso é investigado pela Corregedoria da PolÃcia e pelo Departamento Estadual de HomicÃdios e Proteção à Pessoa (DHPP).
As defesas dos policiais não foram encontradas para comentar o ocorrido.